GRAVURA DO SUL DO BRASIL NO PARAGUAI 2009

A GALERISTA E ARQUITETA, REGINA GALBINSKI TEITELBAUM, FOI CONVIDADA PELA EMBAIXADA DO BRASIL NO PARAGUAI PARA SER A CURADORA DA EXPOSIÇÃO COLETIVA “GRAVURA DO SUL DO BRASIL” QUE SERÁ INAUGURADA NO DIA 29 DE OUTUBRO DE 2009, EM ASSUNÇÃO.

A exposição coletiva exibe gravuras dos artistas plásticos gaúchos:

Alice Soares,Alice Brueggemann, Anico Herscowitz, Arlete Santarosa, Benno Pferscher, Brito Velho, Clara Pechansky, Cris Rocha, Cylene Dallegrave, Danúbio Gonçalves, Eda Lani Fabris

Eliane Santos Rocha, Erico Santos, Esther Bianco, Gutierrez, Helena Kanaan, Inês Benetti,Maria Inês Rodrigues,Maria Tomaseli,Marinês Busetti, Maristela Salvatori, Martha Loguércio, Miriam Tolpolar, Paulina Laks Eizirick, Paulo Amaral, Paulo Porcella, Rosali Plentz, Vasco Prado, Zorávia Bettiol, Zupo.

Evento: Exposição Coletiva GRAVURA DO SUL DO BRASIL NO PARAGUAI 2009

Inauguração: 29 de outubro de 2009

Visitação: 30 de outubro a 30 de novembro

Local: Embaixada do Brasil em Assunção – Paraguai

TEXTO DE APRESENTAÇÃO DA EXPOSIÇÃO :

No agora já longínquo ano de 1982, o crítico e historiador de arte Carlos Scarinci, iniciava o seu livro A Gravura no Rio Grande do Sul 1900-1980, com a hipótese de que “a gravura constitui uma prática artística fundamental, mesmo quando ou até porque estava vinculada, nos seus começos, a processos não artísticos (industriais e comerciais) de produção de imagens. Isso foi o que lhe permitiu, melhor do que a outras artes, participar mais diretamente das transformações da sociedade rio-grandense e brasileira. Nessa obra de referência, a gravura tem a prevalência sobre as outras técnicas na narrativa de nossa história artística. Partindo da ilustração de livros religiosos, nos primórdios da colonização local pelos missioneiros, passando pela ilustração de periódicos no século XIX e, finalmente, tomando o lugar de uma manifestação artística per si, a gravura tem participado intensamente da história local. Consolidando-se localmente como um espaço importante na produção de imagens artísticas, desde a ilustração até a crítica social do Clube de Gravura (nos anos 1950), a gravura caracteriza-se, como uma linguagem intrinsecamente ligada à técnica. Mais do que a simples produção de imagens, a gravura tornou-se uma espécie de espaço de resistência da manutenção do fazer artístico, da reflexão plástica, e da consciência social, tornando-se uma espécie de identidade da arte produzida no Rio Grande do Sul. Com o passar do tempo e com a consolidação do sistema de artes local, essas questões – fazer artístico e consciência social – deixaram infelizmente de ter espaço midiático merecido, sendo substituídos pelo ensimesmamento dos artistas e de seus discursos. Como uma atividade artística produtora de discursos contemporâneos, tendo como princípio o domínio da técnica e a ênfase na manualidade, a gravura nunca deixou de crescer entre nós. Ao contrário, o princípio da técnica caracteriza-se com a permanência do pensar a arte como uma atividade na qual se associam, sem prevalência de uma sobre a outra, a atividade manual e a reflexão crítica. Na contramão do pensamento contemporâneo em outros pontos do país, nos quais a negação do domínio da manualidade tornou-se uma condição “sine qua non” da produção de arte contemporânea, entre nós, associando tradição e ruptura, a gravura permanece com uma atividade plástica caracterizada pela diversidade de seus resultados e pelo interesse permanente das novas gerações de artistas. Essa exposição traz a público a riqueza da gravura produzida no Rio Grande do Sul, associando a participação de diversas gerações de artistas à variedade das técnicas empregadas e a diversidade de gêneros. Em tempos de elitização das manifestações plásticas, nos quais a propalada democratização das artes nunca esteve tão distante da população, a gravura, como meio democrático de manifestação artística permanece, entre nós, como a evidência da excelência e do engajamento, mantendo uma tradição longamente conquistada.

Paulo Gomes – Artista plástico e professor.